segunda-feira, março 11, 2024

AESP

 Introdução às Normas e aos Procedimentos para 
Docentes atuantes no Sistema Prisional de Minas Gerais

Re: Fórum Social por:
CHARLES GALVAO DE AQUINO - segunda-feira, 11 mar. 2024, 07:38
Cumprimentos a todos! Sou Mestre pelo programa de Pós-Graduação em História (PGHIS) da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Neste último sábado iniciei um curso de voluntariado presencial na Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC) sediada na Cidade de Itaúna/MG, que terminará em setembro deste ano e admito que esse curso aconteceu no momento certo para agregar mais conhecimento. Acredito que levar conhecimento e cultura ao sistema prisional é uma ferramenta essencial para essas pessoas.



sábado, março 09, 2024

AFRO-ITAUNENSES


Como cidadão itaunense e descendente de herança afro-brasileira, senti-me obrigado a sair da zona de estudos e expressar publicamente minha preocupação e indignação. Acredito que a frase acima não confrontou apenas a narrativa histórica do  município de Itaúna, mas também a ancestralidade de seus habitantes, que inclui a escravização de minha trisavó paterna, o nascimento da minha bisavó após a promulgação da Lei do Ventre Livre, e o eventual nascimento de meu avô, que só conseguiu o direito ao registro oficial de nascimento aos 25 anos em 1937, que posteriormente fixaram residência em Itaúna, local de descanso final de uma jornada marcante, deixando um valioso legado para seus descendentes — o direito à educação. 
   
Ao realizar pesquisas rotineiras para elaboração de meus trabalhos, me deparei com um texto complexo em todos os sentidos que está disponível no site da Prefeitura de Itaúna/MG. Assim, a narrativa histórica se apresentou confusa dificultando uma compreensão mais precisa. Após uma segunda leitura minuciosa, finalmente comecei a entender que o texto se tratava da “permuta de padroeiras” no município do século XIX. Mesmo tentando compreender a informação de que as “igrejas foram trocadas” naquela época, imagino que seria difícil transposição de duas construções, no entanto, dadas as informações de livros de história do município que registram esse acontecimento, percebi que seria uma troca de oragos, e não das edificações. 

Portanto, seria aceitável considerar isso como um mero “deslize histórico”, podendo até ser enviada uma mensagem à Secretaria de Cultura e Turismo de Itaúna, pedindo a retificação do texto, cujo material apresentado, nem sequer tiveram a preocupação de fornecer as referências adequadas e necessárias. À medida em que realizava a leitura mais atenta do texto, descobri que as informações, em parte, eram meramente baseadas em “achismos”, ou seja, um texto totalmente abstrato e desconecto da história do município. Porém, o mais alarmante ainda estava por vir, pois neste texto trazia uma declaração de que os negros naquela época “roubavam” dentro da igreja do arraial de Santana do Rio São João Acima, hoje Itaúna. Eis aqui, parte do trecho retirado do texto que está disponível no site da prefeitura de Itaúna:

“As igrejas foram trocadas. O problema é que os padres queriam manter as padroeiras. Sant'ana, dos portugueses, agora era dos negros. Senhora do Rosário, dos negros, virou padroeira dos brancos. Os negros não aceitaram. Toda noite, entravam na Matriz e roubavam a Imagem de Nossa Senhora do Rosário e levavam para a nova Capela, no alto do Morro. Sendo lenda ou não, fato é que essa história inspirou a festa mais tradicional da cidade: o Reinado.”

Como mencionado no texto acima, sendo lenda ou não, se registrou que os pretos que faziam parte da comunidade de Itaúna eram ladrões. Neste momento ficou evidente que os (in)responsáveis desta informação, estavam totalmente equivocados. Este incidente representa, no meu ponto de vista, uma violação e rompimento significativo do limite histórico, cultural e ético em toda a história do município, minando as extensas pesquisas e documentações registradas por historiadores e pesquisadores ao longo dos anos. Vale ressaltar que no censo inicial realizado em 1831, aproximadamente 70% da população do arraial de Santana (hoje Itaúna) era de herança afrodescendente. 

Até o momento presente, não encontrei nenhum registro ou declaração de qualquer historiador ou publicação que indique ou declare que os pretos naquela época, tenham praticado roubos à paróquia de Santana de Itaúna. Ao analisar cuidadosamente essa “barbárie histórica”, expresso a minha mais profunda frustação e a minha preocupação com a gestão e divulgação da história do nosso município.  É provável que muitos indivíduos que pesquisaram a história de Itaúna, neste período em que continua disponível essa matéria no site da Prefeitura, tenham encontrado essas informações, que supostamente seriam de “utilidade pública”, principalmente para a comunidade itaunense. No entanto, este não é o caso. 

É imprescindível que essas informações sejam prontamente corrigidas. Proponho que os textos sejam referenciados de forma completa e correta. Além disso, recomendo expressar um sincero pedido de perdão por esta violação histórica da memória dos ancestrais e descendentes afro-brasileiros da comunidade itaunense, que são bens culturais inestimáveis, tangíveis e intangíveis, transmitidos através de gerações. Neste sentido, invoco as palavras do artista Belchior e peço permissão para incorporar duas palavras em sua canção “Roupa Velha Colorida”: No presente a mente, o corpo é diferente, e o passado de “insultos e acusações” é uma roupa que não nos serve mais... precisamos rejuvenescer!” Só assim, acredito que terei tranquilidade para retornar meus estudos e pesquisas, mas mantendo-me vigilante.  
Charles Aquino, em 6 de março 2024



Reinado em Itaúna


Nota: Ao apurar a postagem no site da Prefeitura hoje (11/03/2024), houve uma reformulação no texto, mas até o momento não foi registrada nenhuma nota referente à postagem antiga. Disponível em: Conjunto Arquitetônico do Morro do Rosário


Arte e organização: Charles Aquino
Imagem meramente ilustrativa: Pinterest

sábado, março 02, 2024

EDUCADORA ITAUNENSE DE PRESTÍGIO

ELSA NOGUEIRA GOMIDE


Itaúna é feliz pela qualidade de seus filhos. Entre estes avultam muitas mulheres notáveis. Elsa Nogueira Gomide, filha de Péricles Gomide e de Eponina Gomide — família de artistas. Gente de teatro, da imprensa e da literatura. Irmã do saudoso Piu da “Folha do Oeste” e, também, do sempre lembrado e sempre atual Pancrácio Fidelis, cronista imortal pela verve humorística. Soube relatar com espírito crítico, mas ameno nosso passado, com seus aspectos humanos e pitorescos.

Elsa, normalista, educadora e corajosa, superando na sua época preconceitos, sempre vitoriosa nos desafios que enfrentou. No Grupo Escolar Dr. Augusto Gonçalves, com a professora Dona Didina do Capitão Oscar, nunca ganhou menos do que a nota máxima. Terminou o primário com distinção e medalha de ouro. Continuou com o mesmo sucesso na Escola Normal sob competente direção do saudoso professor Anselmo Barreto.

Estagiária na arte de ensinar, depois professora primária, nomeada com salários de ontem e de hoje, sempre pouco condizentes com a importância do magistério, partiu para outras atividades. Aprendeu o alfabeto Morse com o telegrafista Ernesto e conviveu, no mesmo prédio com seu pai, o Lique, dublê de dentista e ator teatral, também agente do correio. Foi normalista, através de concurso público, em 1940, telegrafista para servir em Belo Horizonte. Jovem, solteira, enfrentou a capital, aos 22 anos, numa época em que as moças viviam agarradas às barras das saias de suas severas e exigentes mães.

Fez brilhante carreira como funcionária pública, jamais apadrinhada por prestígio político de quem quer que seja. Nos concursos públicos estava sempre nos primeiros lugares, assegurando-lhe nomeação por sua capacidade e competência. Assim foi para o Rio de Janeiro como escriturária, em pleno regime ditatorial, para servir na Diretoria do Pessoal no Ministério da Educação e Saúde. Na capital federal, não perdeu tempo. Nas horas vagas cursava línguas, fez estágio na Biblioteca Nacional.

Voltou para Belo Horizonte a serviço do Setor Pessoal dos Correios. Viveu muitos anos na capital mineira. Redemocratizado o país, no governo Dutra, enfrentou novo concurso do DASP em 1948, tornando-se Oficial de Administração. Retornou ao Ministério de Educação, sua casa de trabalho, ocupando vários cargos de confiança. Chefe de Seção, também responsável pela fiscalização da vida escolar dos estabelecimentos federais de todo país.

O Ministro Tarso Dutra precisou de alguém de alto nível e de sua confiança pessoal, fora dos quadros políticos, para exercer a função de Diretora do Departamento de Assuntos Universitários, em momento difícil, em que pesavam acusações sobre a pouca transparência naquele importante setor de ensino superior federal. Afastou os políticos e lá colocou uma técnica de seu ministério. A escolhida foi nossa ilustre e distinta conterrânea Elsa Gomide, que lá deveria ficar uns dois meses, até que crise fosse superada. Durante quase um ano e meio o cargo ficou em suas mãos competentes e limpas. Neste período tornou-se a madrinha da Universidade de Itaúna. Ela abriu as portas do Ministério para a nascente universidade — considerada até então como clandestina pelo Egrégio Conselho Federal de Educação — criada pelo Conselho Estadual, à revelia do Conselho Federal.

Deixando o cargo de Diretora do DAU, Elsa continuou como assessora de seu substituto, o ilustre Professor Edson Machado de Sousa, de quem me tornei amigo, por influência dela, à época em que fiz parte da Diretoria da Associação dos Estabelecimentos de Ensino Superior de Minas Gerais. Naqueles tempos duros e difíceis em que a Universidade vivia sua pobreza franciscana, Elsa, em 1969, concedeu-nos a primeira verba federal, Cr$ 101.000,00(cento e um mil cruzeiros) — valor da época. Desde então, a Universidade, ao longo de dez anos, foi aquinhoada com as verbas federais. Nos anos de 1970 e 1971 recebemos, respectivamente, Cr$ 154.745,70 e Cr$ 323.155,00, graças a sua intervenção e prestígio.

Elsa aposentou-se em 1970, mas tamanha sua capacidade técnica e administrativa, continuou servindo, reconvocada pelos ministros que se sucederam. Tornou-se secretária particular da Ministra Ester de Figueiredo Ferraz. Com o término do mandato da ministra, Elsa foi requisitada para servir como assessora do Conselho Federal de Educação. Graças à sua influência, sempre olhando com carinho e boa vontade aos nossos apelos, essa generosa e notável servidora pública, com honestidade e incomum senso patriótico, tudo fez para que recebêssemos os seguintes valores do Governo Federal — 1973 (600 mil cruzeiros), 1974 (600 mil cruzeiros), 1975 (700 mil cruzeiros), 1976 (400 mil cruzeiros), 1977 (500 mil cruzeiros) e 1978 (700 mil cruzeiros).

Elsa aposentou-se em 1988. Foi a itaunense que mais ajudou a Universidade de Itaúna em momentos difíceis. Criada pelo Governador Magalhães Pinto, através de seu representante para os atos consultivos, Dr. Miguel Augusto Gonçalves de Souza, a Fundação recebeu do Estado um papel, apólice da dívida pública, sem correção monetária, que poucos anos depois nada valia. Seu patrimônio ficou reduzido a zero. Graças aos nossos esforços perante o poder público municipal e ajuda dos Governadores Aureliano Chaves e Francelino Pereira na área estadual, conseguimos recriar seu patrimônio — porque fundação não existe sem patrimônio. Recursos financeiros nós só tínhamos os provenientes das anuidades dos alunos e das verbas conseguidas pela cidadã itaunense Elsa Nogueira Gomide. A ajuda financeira que recebíamos de empresas e da Prefeitura transformávamos em bolsas de estudo para operários e alunos carentes.

É enorme a dívida de gratidão dos itaunenses gratos e reconhecidos para com esta notável cidadã, humilde e simples, que nasceu para servir sem jamais desejar ser servida.     

 

Referências:

Texto: Guaracy de Castro Nogueira (In Memoriam)*

Fonte e imagem: Jornal Folha do Povo, Ed. nº266 de 21 de setembro 2002, p.2.

Organização, pesquisa e adaptação do texto para o blog: Charles Aquino

 

domingo, fevereiro 25, 2024

BATISMO JOÃO DORNAS

Batismo de João Dornas Filho - Paróquia Sant'Ana de Itaúna/MG
 


Referências:

Pesquisa, arte e elaboração: Charles Aquino

Fonte Livros Batismos da Paróquia de Itaúna/MG. Disponível em Family Search https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-DS9V-SK?i=34&wc=M5F8-6TT%3A370882003%2C369941902%2C370896201&cc=2177275


sábado, fevereiro 24, 2024

POSSE NA ACADEMIA MINEIRA

 João Dornas Filho

Discurso de recepção 1948

Pronunciado ao tomar possa na Academia Mineira de Letras (AML)

substituindo Carlindo Lelis Cadeira n°12 – Patrono: Alvarenga Peixoto


Senhores Acadêmicos.

Aqui estou para integrar-me na fortuna do vosso convívio, as mãos vazias de merecimento, mas repleta a alma do desejo de ser, entre os menores, o mais diligente dos confrades. Venho de uma geração atormentada pela insânia dos homens do meu século, e trazendo na alma o ressaibo do sofrimento e o calor da revolta. A guerra de 1914, dividindo os homens pelo ódio e destruindo as possiblidades sociais dessa geração, plantou lhe no espírito a esperança de recuperar essas possiblidades pela transformação radical dos quadros sociais políticos e estéticos que, a nosso ver, eram os responsáveis pela hecatombe.

O movimento modernista que sacudiu todas as camadas espirituais do mundo pós-guerra, tem a sua raiz nessa esperança de recuperação e ajustamento. Por ela, a minha geração se bateu com bravura e convicção sem limites. O calor da refrega e a certeza da justiça de uma causa tão bela, justificam nos moços que a lidaram o excesso em incorreram, excesso que não invalida a grandeza da sua missão e do papel que desempenhou na história espiritual desta primeira metade do século XX.

Fui um dos mais severos acusadores no julgamento da geração anterior, porque estava convencido da sua incapacidade em guardar o patrimônio mental que deveria nos ser transferido, senão aumentado, pelo menos intacto na grandeza que o século XIX lhe fundira. Daí o meu desdém — o desdém da inexperiência e da revolta contra a vossa Casa, cujo espírito, fundido pelo humanitarismo do grande século anterior, representava aos meus olhos inexpertos um estado de coisas que era urgente modificar.

Os anos, a experiência dos homens e das coisas que é o primeiro generoso dos cabelos brancos, mostraram-me afinal que fui excessivo e leviano. As causas são mais complexas, são mais profundas, são mais rebeldes à terapêutica social do que supunham a ignorância e o ódio da minha geração.

Mas, é certo também que não foi perdido o vigor que imprimimos à nossa luta. Dela nasceu uma consciência mais viva da supremacia do espírito humano —   e tão viva, que a maior revivescência medieval que já subjugou os homens em todos os séculos da História, foi esmagada implacavelmente pelas forças imponderáveis do espírito na mais sangrenta batalha que sulca de luz os caminhos da Humanidade. Só está benemerência é bastante para situar o movimento modernista, principalmente no Brasil, no mais destacado lugar da história social e política do século XX.

Feita esta ligeira explicação de penitência, proferida com a mesma sinceridade com que manejei o florete do sarcasmo contra as instituições acadêmicas da minha terra, permiti, senhores, que inicie a minha oração, cumprindo o dever estatutário de esboçar o elogio crítico do patrono da cadeira número 12, o poeta inconfidente Inácio José de Alvarenga Peixoto, que me coube ocupar pela morte de outra expressiva figura de homem de letras que foi Carlinho Lélis, seu fundador.

Quando em meados do século XVIII foram dadas à luz as duas primeiras manifestações literárias de Minas — “Triunfo Eucarístico” (1734), escrito por Simão Ferreira Machado, e “Áureo Trono Episcopal” (1749), de autor anônimo, ambas de valor literário apenas cronológico e histórico, já a conquista do nosso território havia se firmado pela criação das vilas de Sabará, Vila Rica e Mariana (1711) e o grande rush do ouro havia cunhado na cera plástica do indígena os caracteres psicológicos do negro paulista de origem lusa, fecundado o terreno de que nasceria a nossa literatura popular consubstanciada no folclore. Ê o que podemos chamar com propriedade o início da nossa criação literária, apesar de oral e tradicional como a dos rapsodos medievais.

Portanto, quando, ao descambar o século, surge a Escola Mineira, uma literatura popular já extinta por estes grotões auríferos, sendo aquela apenas a manifestação erudita e nem sempre vernácula da alma do nosso povo. Por este tempo já o sentido de pátria havia provocado todas as rebeliões dos mineiros como a dos Emboabas e a de Felipe dos Santos, para citar as mais significativas, e a maioria dos bardos da América Mineira já eram brasileiros ilustres pela pecúnia e pelas letras. Vila Rica, no dizer de Sílvio Romero, “era então no Brasil uma espécie de Weimar. Pequena cidade de província, reunia em si, a um só tempo, homens como Cláudio Manuel da Costa, Tomaz Antônio Gonzaga, Inácio José de Alvarenga Peixoto, Diogo Pereira de Vasconcelos, Luiz Vieira da Silva Mascarenhas, Francisco Gregório Pires Monteiro, as maiores ilustrações brasileiras da época, residentes na Colônia”.

É o velho axioma sociológico do tropismo econômico, pois nas Minas Gerais estava o centro de interesses da Coroa com o aparecimento do ouro e do diamante ... Inácio José de Alvarenga Peixoto, patrono da acadêmica que me apontou o destino, foi um dos inconfidentes e um desses espíritos da Cumiada Intelectual da Weimar brasileira [...].

Senhores acadêmicos. Já vos disse que venho de uma geração tangida pelo infortúnio do ódio e do sofrimento, e que teve a rebeldia como solução para os seus problemas morais. É isto que explica, em estética, o aparecimento do modernismo, O modernismo foi a maneira pela qual rompemos com um mundo que supúnhamos apodrecido, simplesmente porque não soubera resolver os problemas que lhe foram apresentados. Éramos muito moços e ardentes para compreendermos a complexidade desses problemas, e daí a revolta, o sarcasmo, a ironia, a impiedade — que foram o selo dessa geração torturada.

Os anos, os sofrimentos que se gravaram, uma compreensão mais justa das fraquezas e uma percepção mais humana das reservas de energia e nobreza que palpitam no fundo de todas as almas — nos deram a consciência do nosso papel no jogo de todo esse drama formidável. Não passávamos de um elo na imensa cadeia das gerações ...

Transmitimos a nossa mensagem, que não podia deixar de ser escarninha revolta e trouxemos a nossa colaboração de esperança e de fé na construção de um mundo que virá certamente — mais legal e mais justo, e, portanto, mais belo e amável ...

E a Academia Mineira de Letras, recebendo em seu seio mais de um desses rebeldes que a desdenhavam, nos dá a imorredoura lição da perenidade do espírito no tumulto das paixões e na inanidade dos punhos crispados pelo ódio ...


MEMORIAL JOÃO DORNAS 

Referências:

Pesquisa e organização para o blog: Charles Aquino

Texto: João Dornas Filho (In memoriam)

Fonte impressa: FILHO, João Dornas. Discurso de recepção (Academia Mineira de Letras), Ed. Mantiqueira, 1952, impressa oficial de Minas Gerais, BH, p.7-12,56-57.

Acervo: “Fotografia tirada na noite de 16 de novembro de 1948, ao tomar posse na cadeira de nº12 da Academia Mineira de Letras” (informações no verso da imagem). Arquivo Público Mineiro. Disponível em:  http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/modules/fotografico_docs/photo.php?lid=34008

sexta-feira, fevereiro 23, 2024

MARIA INÊS MOREIRA

Denomina logradouro público. O povo do Município de Itaúna, por seus representantes decreta, e eu, em seu nome, sanciono a seguinte Lei: Art. 1 o Denominar-se-á Maria Inês Moreira a praça localizada na Zona 00, setor Centro, quadras 36 e 39 e Zona 03, setor Bairro de Lourdes, quadra 01, na confluência das ruas Péricles Gomide, Marechal Deodoro, Tiradentes e Av. Dorinato Lima. Art. 2 o Revogadas as disposições em contrário, esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Prefeitura Municipal de Itaúna, 06 de setembro de 1985.

Prefeito Municipal Francisco Ramalho da Silva Filho.

 JUSTIFICATIVA

    Nossa proposição é no intuito de preservar a memória da professora Maria Inês Moreira. Sua existência entre nós, foi dedicada à educação. Nasceu em a 7 de outubro de 1941, filha do casal Olímpio Moreira e Maria Geralda Moreira (proprietários da Fazenda Boa Vista que também pertenceu ao Padre Antônio Maximiano de Campos), tendo sido a segunda entre os seis filhos do referido casal. Contraiu o matrimônio em 2 de dezembro de 1967, na Capela da Fazenda Boa Vista, onde residia. Desse matrimônio, nasceram dois filhos: Juliano e Fabiano.

    Cursou o primário no Grupo Escolar José Gonçalves de Melo, tendo-se tornado professora primária através da Escola Estadual de Itaúna. Colou grau em Ciências e Letras pela Faculdade de Filosofia de Itaúna. Lecionou Geografia e História no Colégio Santana bem como professora primária na Escola Dr. Lincoln Nogueira Machado e no Grupo Escolar José Gonçalves de Melo.

    Cultivou grande amizades entre alunos, colegas de trabalho como na sociedade itaunense que tiveram por ela um carinho especial. Além de amiga, era uma excelente profissional, pois sempre conseguia fazer de seus alunos, os melhores da escola.

    Maria Inês era filha de fazendeiros, criada com muito amor pelos pais, adorada pelos irmãos e amigos, o que não foi suficiente para impedir a dolorosa provação de sua vida. Mesmo assim, amava a vida e sabia conservar em seu rosto um sorriso e a candura de uma criança. Faleceu no dia 25 de julho de 1984 com apenas 42 anos de idade, após suportar um sofrimento que durou um ano, deixando um grande vazio entre seus amigos e familiares, principalmente seus filhos.

    São por estes motivos, que apresentamos a essa Casa a presente proposição, que na certa, essa edilidade haverá de submetê-la a apreciação e posterior votação.

Sala das Sessões, em 2 de agosto de 1985.

Presidente da Câmara – José Coelho Neto.

PRAÇA MARIA INÊS MOREIRA

Referência:

Elaboração e arte: Charles Aquino

Adaptação do texto original para o blog: Charles Aquino

Pesquisa: Patrícia Nogueira, Charles Aquino

Câmara Municipal de Itaúna. LEI nº 1.855, de 06 de setembro de 1985 Disponível em: https://sapl.itauna.mg.leg.br/media/sapl/public/normajuridica/1985/8240/2227_texto_integral.pdf

Acervo: Câmara Municipal e Prefeitura de Itaúna/MG

Imagem meramente ilustrativa em homenagem a professora Maria Inês Moreira