quarta-feira, janeiro 31, 2018

PROFESSOR MARCO ELÍSIO


        
Na literatura francesa, temos “O MENINO DO DEDO VERDE” - Tistou les pouces verts - escrito por Maurice Druon em 1957. Tistu, desde pequeno era especial, de um modo que ninguém sabia, nem ele mesmo. Seu primeiro professor descobriu que ele tinha o polegar verde, isso significava que aonde ele colocasse o polegar iriam nascer flores, pois em cada canto do mundo há sementes, só esperando que um menino especial como Tistu, façam estas se transformarem em flores. Por fim, seu professor disse a Tistu que não poderia contar isso a ninguém.
Hoje, descobrimos que Itaúna teve o seu Tistu; o nosso menino do dedo verde...


MARCO ELÍSIO CHAVES COUTINHO, nasceu em Itaúna no dia 01 de dezembro de 1935. Filho do médico e político ouro-pretano Antônio Augusto de Lima Coutinho (que foi prefeito de Itaúna de 1947 a 1951) e da itaunense Nair Chaves Coutinho – professora (foi diretora da Escola Estadual de Itaúna), e considerada uma das mulheres mais belas de seu tempo. Teve oito irmãos:  Helênio, Rômulo, Juarez, Evandro, Jairo, Helder, Maria Ângela e Ângela Maria. Durante sua infância recebeu formação religiosa e cultural em sua casa paterna, bem como no Grupo Escolar Augusto Gonçalves, Ginásio Sant’Anna e Colégio Normal Oficial de Itaúna. Casou-se no dia 04 de janeiro de 1963, com Vera Lúcia Amaral Coutinho. Deste matrimônio, nasceram os filhos Ana Cristina, Alexandre, Deborah e Luciana.

Foi nomeado membro da Assembleia Geral da Instalação da Universidade de Itaúna no ano de 1966, sendo mais tarde aluno do curso de Graduação em Letras nesta mesma Universidade, onde colou grau, no salão nobre da Escola Normal, no dia 14 de julho de 1972, na mesma turma do seu amigo e colega Professor José Gomes Miranda.

Trabalhou na Escola Estadual de Itaúna, onde exerceu dignamente sua carreira.  No Ginásio Sant’Anna foi professor de Ciências, Geografia, História; No Ginásio Orientado para o Trabalho de Santanense foi professor de Geografia; na Escola Normal lecionou Educação Moral e Cívica e Geografia; na Escola Estadual Victor Gonçalves de Souza foi professor de Inglês e na Universidade de Itaúna lecionou Cultura Brasileira, Literatura Brasileira, Estudos dos Problemas Brasileiros e Sociologia.

Durante todo o período em que desenvolvia suas atividades profissionais como professor atuou de forma significativa na vida cultural, política, religiosa e social da cidade. Foi Secretário da Educação, Secretário Executivo da Fundação de Cultura, Desportos e Turismo de Itaúna e Presidente do CODEMA-Itaúna. Realizou os estudos preliminares sobre o Projeto de Organização do Serviço de Água e Esgoto de Itaúna e participou de modo efetivo do Projeto “Itaúna – Cidade Educativa” em 1975. A Cultura de Itaúna lhe é devedora de significativa contribuição, principalmente dos tempos áureos da Fundação de Cultura, tempo dos melhores carnavais da cidade, não desmerecendo as Exposições de Orquídeas e a grande festa popular do Reinado.

No campo religioso teve atuação constante e profícua na vida da Igreja, atuando como ministro da eucaristia por longos anos, amigo dos padres (era o responsável pela confecção do tradicional tapete de Corpus Chriti e do presépio da Matriz = tapete herdado pela Bel de Abreu e presépio herdado pelo Maestro Henrique) e devoto fervoroso de Maria, a Mãe de Jesus, tornando inclusive conhecido como o maior construtor de grutas de Itaúna. Sua devoção a Virgem Maria o fez publicar obras sobre suas aparições pelo mundo afora, bem como obras sobre a devoção do Santo Rosário.

Foi destacado palestrante, aonde a ECOLOGIA foi uma das grandes paixões do professor Marco Elísio, sempre defendendo a bandeira do desenvolvimento sustentável, tratando a natureza e o meio ambiente com a mesma dignidade de criatura do mesmo Criador. Esta sua fé inabalável no potencial humano de transformar sua realidade e de preservar o meio ambiente, aliando ecologia e teologia está presente em suas obras: Sopros – Questão Ecológica– Humanista Urgente, 3ª ed. Itaúna: Vile Editora 2011; O Rosário Bíblico Meditado: Orações do Rosário 2ª ed.; Ave, Maria: Bernadete e a Imaculada Conceição, Aparições de nossa senhora em Itaúna e terço dos homens, A caminho da santidade padre Eustáquio e Irmã Benigna em Itaúna, Gruta e devoções.

Dentre tantas peculiaridades destaco a de incorrigível sonhador.  E o que seria do mundo, sem os sonhadores?  No entanto, os sonhadores nem sempre são compreendidos, e quase sempre ridicularizados. Pela virtude e pela ousadia de sonhador, Marco Elísio, recebeu de críticos, no final da década de 1970, a alcunha de “MENTE COR DE ROSA”. Sabemos que esta alcunha, por algum tempo lhe incomodou; mas ter uma “Mente Cor de Rosa” representa, acima de tudo, esta ousadia de sonhar, sonhos possíveis e impossíveis, em um mundo que cada dia tenta cercear nossos sonhos.

Itaúna – a humana e pitoresca- teve um homem de mente cor de rosa e de dedo verde; morava em um lindo sobrado cor de rosa e todos aqueles tocados de alguma forma por ele, tiveram suas sementes - que traziam adormecidas -  no coração e na alma, germinadas em lindas flores...Flores de renovação, de esperança, de vida. Prof. Marco Elísio foi semear, junto dos outros anjos, a Paz pelo mundo. E ao chegar no céu, despejou sobre sua Itaúna, abundante chuva para brotar nossos sonhos...




Texto enviado ao blog Itaúna em Décadas em 30/01/2018, em homenagem ao Prof. Marco Elísio Chaves Coutinho que faleceu em 28/01/2018 por Luiz Mascarenhas.
Acervo: Charles Aquino


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