ÁGUAS
DO CHAFARIZ DE ITAÚNA
1880
Símbolo
de abundância de água, o chafariz era local também de sociabilidade e pessoas a parolar. Frequentado por vários tipos de classes, além de buscar água, o local servia para colocar a conversa em dia, enquanto esperavam que seus tonéis fossem enchidos, os responsáveis
aproveitavam para “espalhar notícias e principalmente as difamações sobre seus patrões
”.
Segundo
nos informa Marjolaine Carles, Vila Rica (hoje Ouro Preto) “dava um banho´d’agua” no Rio de Janeiro. Em Minas Gerais final do século XVIII, a capital tinha dezoito chafarizes mais
tantos outros espalhados pelas redondezas da sede do governo, o qual contava
com uma população de 8 mil habitantes.
Neste ponto, o Rio de Janeiro, Capital da Colônia, perdia de muito longe
para Minas Gerais, tinha somente apenas onze chafarizes para cerca de 30 mil
habitantes.
Nestes chafarizes, além de ofertas de abundantes águas e boas
prozas, eram locais de grande proliferação de atividades urbanas – domésticas,
artesanais, industriais, sustentando profissões de aguadeiros e lavadeiras. A isto, segundo nos informa Claudia Lopes, o
chafariz era uma obra pública e tinha a importância e caráter, sendo
classificados em três grupos: funcionais, decorativos e monumentais[1].
Em
Sant’Anna de São João Acima (hoje Itaúna), a Assembleia Legislativa Provincial de Minas Geraes, autorizava o projeto
de nº 181 para construção de um chafariz:
Art.
Único. Fica o governo autorizado a despender a quantia de 4:000$000 (quatro contos
de réis) com a construção de um chafariz no arraial de Sant’ Anna de São João
Acima, pertencente ao município do Pará, comarca de Sete Lagoas; revogadas as
disposições.
Sala
das sessões, 22 de outubro de 1880 -
Costa Sena, Amaro, José Rufino, Ferras Junior, Ovídio de Andrade,
Drummond.
O valor de quatro contos de reis, para a construção
de um chafariz em Sant’ Anna de São João Acima naquele período, seria uma
quantia muito expressiva e opulenta.
[1] - Funcionais: monumentos utilitários com pouquíssima ornamentação e quase
nenhuma preocupação estética, geralmente afastados dos centros administrativo e
comercial da vila. Exemplos: ponte do padre faria e chafariz da rua das cabeças
-
Decorativos: começa
a haver uma maior preocupação com a ornamentação das ruas, sendo que nesses
monumentos já aparecem elementos em cantaria, ainda que pequenos. Exemplos:
ponte do pilar, chafariz do rosário e chafariz da rua barão de ouro branco.
-
Monumentais: obras
que ocupavam posição de destaque na paisagem da cidade,sendo de grandes
proporções e merecendo extremo cuidado no desenho e execução. Apresentamse bem
ornamentados, dotando de diversos elementos barrocos. Exemplos: ponte de
antônio dias, chafariz de marília e chafariz dos contos.
Referências:
- CARLES, Marjolaine. Fontes sob controle: Revista de História, 2013. Disponível em: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos-revista/fontes-sob-controle .
- LOPES, Claudia. Arquitetura oficial no período colonial: um estudo sobre as pontes e chafarizes de Ouro Preto. Disponível em: http://www.fau.usp.br/disciplinas/tfg/tfg_online/tr/081/a015.html
- Fotografia ilustrativa.
- Jornal: A Actualidade - Ouro Preto, 1880. n° 127 p.3.
- Fotografia ilustrativa.
- Jornal: A Actualidade - Ouro Preto, 1880. n° 127 p.3.
- Elaboração e Pesquisa: Charles Aquino, graduando em História pela UEMG/Divinópolis 6º período.
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